quarta-feira, 23 de março de 2011

Felicidade



Nós, enquanto seres humanos, temos uma grande tendência em buscarmos os nossos próprios interesses, e isso não é errado.
Errado, pode ser para onde está direcionado esse interesse, o que nos impulsiona a buscá-lo. É para nada além do nosso próprio benefício?
Não é errado, por exemplo, se o nosso interesse estiver em agradar o coração de Deus, não mesmo. Como está escrito em Mateus 6.21: “Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração”. O que nos faz entender que buscar o nosso interesse não é errado, desde que o nosso coração esteja posto no lugar certo.
Certa vez, li algo interessante sobre a felicidade. Seria bem comum, não tivesse sido lido em um texto de uma prova para concurso, por isso me intrigou.
O autor iniciava com a seguinte pergunta: “Você é feliz?”. Em seguida, dava a seguinte orientação: procurar, primeiro, uma definição para felicidade, depois, examinar-se em busca de uma resposta. E, ele seguia dizendo: “Caso tenha ganhado um aumento no emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso esteja com dor de dente, parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário...”.
Isso me fez lembrar exatamente do que iniciei falando, sobre a grande tendência que temos em buscar aquilo que acreditamos nos fazer “felizes”.
Sabe quando temos um objetivo, ou sonho, e aquilo parece tão desejável, mas, ao mesmo tempo, tão alto, tão distante? A gente costuma chamar de sonho. “Meu sonho é...”; “Quando eu tiver isso, eu vou...”. Ser feliz? Será?
Você já parou para pensar, no por que de sermos tão insaciáveis quanto a essa busca à felicidade? Por que sempre estamos achando que isso, ou aquilo nos completará? Por que sempre estamos em busca de algo que nos preencha?
 Lembremos que: “[...] a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário...”. E depois?
Quando, enfim, alcançamos aquilo que parecia tão alto, inalcançável, nos deparamos em auto-análise pós conquista e... Bem, e...? Cadê a euforia? Não devíamos permanecer felizes agora? Afinal de contas, conseguimos, não? Pelo menos é o que achamos.  
Voltamos à estaca zero. Eis que agora surge algo completamente novo, algo que... “Não, desta vez é mesmo algo que, se eu conseguir, serei a pessoa mais feliz do mundo!”. Certo? Errado!
Já sabemos aonde isso vai terminar. Aliás, não vai terminar, é um ciclo sem fim. Somos mesmo insaciáveis.
Isso sem falar em quando não alcançamos o tão sonhado “sonho”. Frustração é o nosso nome, não é verdade?
Por que damos tanto valor a essas coisas, a ponto de substituir, a cada ciclo, uma coisa por outra, e sempre querendo mais?
Pois, foi numa situação como essa que, um dia, o Senhor falou ao meu coração e eu resolvi escrever: “Jamais podemos esquecer que Deus nos tem dado a presença do seu Espírito Consolador. Quando Jesus subiu aos céus deixou, juntamente com a herança conquistada na cruz, o seu Espírito consolador, para que viéssemos a ser pessoas felizes, independente das circunstâncias. Como está escrito em Neemias 8.10: "A alegria do Senhor é a nossa força". E é mesmo. Quando, aparentemente, não encontramos nada que nos possa fazer felizes, ou percebemos que, embora tivéssemos tudo que desejássemos, não seríamos felizes, é hora de receber essa alegria que vem do próprio Deus, através do seu Espírito Santo. A bíblia diz em Romanos 14.17 que, o reino dos céus consiste em paz, justiça e alegria no Espírito, mas não se trata de alegria humana, aquela passageira, que procura motivo para existir. Trata-se de o Espírito Santo entrar nas nossas vidas e nos proporcionar essa alegria. Só ele pode. É isso que eu tenho pedido a cada dia ao Senhor, uma alegria incondicional, a alegria que vem dele. Ela é a força para continuarmos essa longa e estreita jornada, que nos conduzirá ao reino dos céus. Que Deus possa estar colocando dentro de nós essa alegria, para que possamos resistir no dia mau e sabermos que Deus está conosco em toda e qualquer situação. Ainda que passemos pelo vale da sombra da morte, ele estará conosco. A sua alegria é a força para a nossa conquista. Seja o que for, ele nos fortalece.”.
E, ele me trouxe à memória algo que aprendi e escrevi há alguns anos, quando ele falava comigo: “Sou alguém que, por experiência própria, aprendeu a desejar a boa, perfeita e agradável vontade do Senhor. Creio que a verdadeira felicidade está em desejar obedecê-lo, e obedecê-lo de todo coração. Desejo estar no centro da vontade de Deus, e a mim não interessa estar em qualquer outro lugar que não seja este. Eu quero esse Deus, quero muito. Quero levar a sua verdade aos quatro cantos dessa terra, e a sua paz àqueles que não a têm. Creio que Deus tem algo a realizar também em mim e, crendo assim, busco a concretização de suas promessas em minha vida.”. Eu entendi que tudo o que eu precisava era tê-lo.
Lembrei-me do grande Apóstolo Paulo, quando em 2 Coríntios 12.9, ouviu do próprio Deus: “A minha graça te basta...”.
De Pedro - em João 6.68: “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” – quando reconheceu que só Jesus podia preenchê-lo, e que fora dele nada fazia sentido. Ele sabia que Jesus é o único caminho, que não há outro.
Aprendi o que é necessitar desejar e optar pela vontade de Deus, ao invés da minha. Eu tive a necessidade de escolher, e escolhi desejar a sua vontade; sonhar os seus sonhos; ansiar por suas promessas sendo consumadas em mim, através da obediência e da aceitação da sua vontade em minha vida.   
Em meio a tantas situações e tanto desejos em forma de “sonhos”, compreendi que a felicidade está em ter o seu Espírito Santo dentro de mim, só isso. É ele quem produz em mim o desejo pelo cumprimento da sua vontade que é boa, perfeita e agradável, quando nela estou inserido. Do contrário, serei uma pessoa totalmente infeliz, que culpa a Deus por interromper a minha “felicidade”.
Observemos em Gálatas 2.20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...”. Ora, se estou crucificado, estou morto; se estou morto, não vivo. Se Cristo vive em mim e não mais eu, como eu, estando morto, posso ter vontade própria? Então, como posso culpar a Deus por não fazer exatamente o que eu quero com a vida que eu acho ser minha, se eu a entreguei a ele? Como pode Cristo viver em mim, fazendo cumprir a minha vontade, exatamente a minha vontade e não a dele?
Se entregamos as nossas vidas a ele, é por que entendemos que agora é ele quem vive, e nós, não mais. Devemos compreender que embora o nosso sonho ou desejo seja algo necessário e imprescindível aos nossos olhos, é ele quem sabe o que é melhor para nós, e o que necessitamos realmente.
Como está escrito em Provérbios 16.1: “Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR a resposta da língua.”. Não faria sentido se assim não fosse. Não teria sentido entregarmos as nossas vidas a ele todos os dias, se ele não pudesse cuidar de nós. Não faria sentido mesmo.
Em Romanos 12.2 diz: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”. Você percebe? Precisamos mudar o nosso pensamento no que diz respeito à vontade dele para as nossas vidas. Não é por que o Senhor não deseja exatamente o que nós desejamos para nós mesmos que ele não deseja o que é bom. Não é uma contrariedade. Não é birra de Deus. Não é manipulação dele, mas é o melhor dele para nós. E, o segredo está em amar a sua vontade e desejá-la de todo o coração. Se amarmos a vontade do Senhor quanto às nossas vidas, ela será boa, por que nos fará bem; perfeita, pois se encaixará perfeitamente em nós, nos tornando completos; e agradável, por que passaremos a desejá-la de tal forma, que ela passará a ser a nossa também. A vontade do Senhor enquanto resposta final decisiva, então, soará como música aos nossos ouvidos. Nós faremos planos, sim, mas o que nos importará mesmo é se Deus estará neles conosco.
Jamais esqueçamos que tudo o que Deus mais deseja é nos fazer pessoas felizes. A sua vontade consumada em nossas vidas, é resultado da nossa obediência a ele. Afinal, os seus planos são os melhores possíveis, - “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” (Jeremias 29.11) - mas só se concretizarão em nós por meio da obediência. Quando obedecemos ao Senhor, a sua vontade se cumpre em nós; os seus planos de paz são consumados, nos dando tudo aquilo que necessitamos e sonhamos, pois passamos a sonhar os sonhos dele e a desejar vontade dele. Quando isso acontece, passamos a viver a plenitude de tudo aquilo que Deus tem para nós, e seremos pessoas completamente felizes, pois temos o próprio Deus dentro de nós.
Que Deus te abençoe.
Janaina N. Jardim.

3 comentários: